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maio 9, 2020
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Ford negocia com novo interessado na fábrica de São Bernardo

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Em meio à pandemia do coronavírus, a Ford iniciou negociações com grupo de fora do setor automotivo interessado na compra da fábrica de São Bernardo. A empresa tenta vender as instalações desde o anúncio do encerramento das atividades no local, em fevereiro do ano passado. Desde então, entraram no páreo duas empresas chinesas e o empresário brasileiro Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono do Grupo Caoa, todos do ramo automotivo.

Andrade era o mais cotado para ficar com a planta, mas desistiu após ter pedido de empréstimo negado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Temos novos interessados, incluindo não automotivos e com alto potencial de geração de empregos”, afirmou Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, ao jornal O Estado de S. Paulo. O executivo disse que há progresso nas negociações, mas não deu detalhes.

A Ford fechou a fábrica do ABC – que produziu automóveis e caminhões por 52 anos – como parte de um programa de redução de custos. A empresa encerrou o primeiro trimestre deste ano com prejuízos de US$ 113 milhões, resultado 29% melhor que em igual período de 2019, com perdas de US$ 158 milhões. O Brasil representa 60% dos negócios na região.

RETOMADA

Com previsão de reabrir as três fábricas no país em 1º de junho, a Ford prepara amplo programa de segurança para evitar a contaminação pelo novo coronavírus tanto entre funcionários como entre concessionários e consumidores. Nas fábricas de carros em Camaçari (BA), na de motores em Taubaté (SP) e na de jipes Troller em Horizonte (CE), os procedimentos seguirão normas adotadas pelo grupo na China e na Europa, em acordo com o Ministério da Saúde e a Anvisa.

Sobre a retomada da produção, Watters afirmou que, embora a previsão seja para início de junho, pode ocorrer de cada uma das três fábricas reabrir em momentos diferentes. “Vai depender de como estiver a situação da contaminação em cada Estado”, disse. “Se houver qualquer risco não vamos abrir.”

JUROS

O executivo acredita que a decisão do Banco Central de reduzir a taxa Selic pode ajudar a estimular a economia. Assinalou, porém, não ter visto ainda redução equivalente chegar ao cliente do varejo. “As taxas reais de juros para empréstimos estão muito altas tanto para empréstimos às empresas como para consumidores.”

Watters disse entender que os bancos estão preocupados com a capacidade de crédito dado os níveis de desemprego e de insegurança. “Porém, precisamos ser cuidadosos para não entrar num círculo vicioso”, disse. Para o executivo, “é preciso achar formas de ver as reduções do BC fluindo para o mundo real e não as margens sendo retidas no sistema bancário”.

Em sua opinião, para ajudar a economia no curto prazo seria importante retomar projetos de infraestrutura para gerar empregos e movimentar a indústria. Em relação ao setor automotivo, Watters argumentou que governos de muitos países estão oferecendo pacotes de estímulo à produção e vendas. No Brasil, disse, uma ação específica seria um programa de renovação da frota.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) tem mantido há mais de um mês, sem sucesso, reuniões com o Ministério da Economia, BNDES e bancos para obter linha de crédito que ajude na recomposição do caixa. Montadoras, autopeças e revendas alegam estar sem liquidez.

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