A ocupação de leitos para tratamento da covid-19 na rede pública de Saúde da região está em 56,1%, informou ontem (11) o presidente do Consórcio Intermunicipal ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (Cidadania), citando dados do último dia 8. A taxa chegou a superar os 70% em meados de abril, mas caiu devido à inauguração de hospitais de campanha, que reduziram a pressão sobre o sistema.
Ainda segundo a entidade, a situação mais crítica é a de Mauá, com 94,1% de ocupação. Em seguida figuram Diadema (79,2%), São Bernardo (69,4%), Santo André (59,9%), São Caetano (58,4%) e Ribeirão Pires (24,4%). Nas contas do Ministério da Saúde, Rio Grande da Serra não tem vagas específicas para tratamento de covid-19, apesar de o município possuir Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com leitos de observação.
A situação é mais confortável que a da região metropolitana de São Paulo, que registra taxa média de 83%, segundo o mais recente balanço da Secretaria de Estado da Saúde. Porém, Maranhão não descarta a possibilidade de as sete prefeituras contratarem leitos em hospitais privados, caso a ocupação cresça nas próximas semanas e pressione a rede pública. A estratégia foi adotada na Capital pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) para complementar a rede municipal, que trabalha à beira do colapso.
“Esse assunto (contratação de leitos particulares) ainda não foi discutido no âmbito do Consórcio, mas não descartamos a possibilidade, até porque as prefeituras têm bom relacionamento com a iniciativa privada”, disse Maranhão, durante entrevista coletiva concedida à imprensa após assembleia da entidade, realizada por meio de videoconferência.
“Felizmente, as prefeituras e os secretários de Saúde têm atuado de forma sinérgica. Quando há superlotação em um município, a gente faz a ponte com outro menos pressionado e consegue remover o paciente com rapidez”, prosseguiu o presidente da entidade, que considera “decisivas” as próximas semanas, quando especialistas projetam aceleração no número de casos e de mortes por covid-19 no país.
Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires conseguiram aumentar a disponibilidade de leitos por meio da criação de hospitais de campanha ou da destinação de vagas para o atendimento à covid-19 em equipamentos já existentes.
Mais leitos ainda estão por vir. Em Rio Grande da Serra, Maranhão prometeu entregar nos próximos dias cinco leitos de enfermaria e um em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento da doença.
São Bernardo promete para o próximo dia 14 a inauguração do Hospital de Urgência, que terá 250 leitos, dos quais 80 em UTI, para o tratamento da covid-19.
Em Santo André, a prefeitura instala um terceiro hospital de campanha na Universidade Federal do ABC (UFABC). Serão 100 novos leitos com previsão de inauguração para este mês.
Em Diadema, o prefeito Lauro Michels (PV) pleiteou junto ao governo do Estado recursos para transformar espaço ocioso no Quarteirão da Saúde – reservado para receber unidade da Rede de Reabilitação Lucy Montoro – em hospital de campanha. “A gente espera que esse assunto seja equacionado o quanto antes, até porque a ocupação de leitos em Diadema está chegando em um patamar preocupante”, comentou o secretário-executivo do Consórcio, Edgard Brandão.
Segundo o colegiado regional, o ABC contabilizava até ontem 2.821 casos confirmados de covid-19, aumento de 772 casos em relação à semana anterior. O número de mortos pela doença é de 262 pessoas, ante 188 há uma semana.
INSUMOS
A assembleia de ontem também discutiu a compra, pelo Consórcio, de equipamentos de proteção individual (EPIs) para as equipes de saúde dos sete municípios. A entidade regional realizará a compra de aproximadamente 14 milhões de itens, conforme definido pelo Grupo de Trabalho (GT) Saúde. O gasto projetado gira ao redor de R$ 11,5 milhões.