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jun 4, 2020
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Região volta ao 4º lugar no ranking de consumo no País

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Os consumidores do Grande ABC devem reduzir os gastos neste ano por causa das incertezas causadas pela pandemia do novo coronavírus. A expectativa é a de que sejam desembolsados R$ 73,97 bilhões este ano, montante 7,20% menor do que o registrado no ano passado (R$ 79,71 bilhões). Porém, mesmo com a retração nos negócios, a indústria ajudou na situação econômica da região, que ganhou uma posição no ranking nacional e voltou ao posto de quarto maior polo consumidor do Brasil – o que não acontecia desde 2018.

Os dados são do estudo IPC Maps 2020 da IPC Marketing e Editora, e foram divulgados com exclusividade para o Diário. Os números mostram que a participação do Grande ABC no consumo nacional ficou em 1,65% (ou seja, a cada R$ 100 gastos no País, R$ 1,65 é desembolsado pelos moradores das sete cidades). No ano passado, correspondia a R$ 1,70.

Considerando os números das sete cidades, a região fica atrás apenas das capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. No ano passado, a Capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, tinha ganhado o terceiro lugar (com participação de 1,77% do total, ou R$ 82,9 bilhões) e deixou Brasília em quarto. Agora, porém, teve redução na participação do consumo, com 1,55% do total, ou seja, R$ 69,62 bilhões.

Segundo o coordenador do IPC Maps 2019, Marcos Pazzini, mesmo com os impactos da pandemia, que causaram estragos na economia de todo o Brasil, a região acabou amortecendo melhor a queda no consumo por causa da característica industrial. “A indústria, neste momento, se tornou mais um fator positivo. Isso porque a maior parte das montadoras – e demais empresas – ainda não possui grande cenário de demissões. Porém, existe uma preocupação, já que em contrapartida há perspectiva de fechamento para empresas menores. Quando esta fase de quarentena acabar, e a retomada começar, boa parte dos MEIs (Microempreendedores Individuais) pode não ter fôlego para continuar.”

O diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Cláudio Barberini Junior, afirmou que as empresas estão recorrendo à MP (Medida Provisória) 936, do governo federal, que permite a redução de jornada e salários e suspensão de contratos para manutenção dos empregos.

“Na comparação com comércios e serviços, a indústria está demitindo menos por causa deste programa, que inclusive foi prorrogado. Mas estamos em um compasso de espera, porque essa volta já deveria ter acontecido. A indústria está no limite, porque a outra ponta, que distribui os produtos, o comércio, está fechada”, afirmou. Barberini destacou que, mesmo com a preocupação com empresas menores, não há dúvida “de que a indústria vai dar o sinal mais positivo na retomada da economia”.

“A MP ainda está segurando os empregos, mas precisamos lembrar que a confiança do consumidor está baixa, ainda mais para itens de maior valor”, avaliou o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Pedro Cia Júnior.

Para o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, o Grande ABC deve continuar como importante polo consumidor, mesmo com mudanças. “O perfil econômico da região vai sofrer uma transformação. Muitos comércios instalados em shoppings, por exemplo, tendem a mudar para a rua, por causa do custo menor .”

Apenas duas cidades ficam na lista das 50 maiores

Considerando os resultados das sete cidades separadamente, apenas duas ficam no ranking das 50 com maior potencial de consumo do País em 2020. Apesar de acumularem perdas em comparação com o ano passado, São Bernardo e Santo André figuram na relação.

Segundo informações do estudo IPC Maps 2020, São Bernardo tem a melhor colocação da região, na 19ª posição, com valor estimado em R$ 21,60 bilhões para o consumo. No ano passado, eram R$ 24,95 bilhões (veja mais na arte acima). Já Santo André está na 22ª posição, com R$ 20,12 bilhões, valor R$ 2,36 bilhões menor do que em 2019.

Todas as cidades tiveram redução na renda, por causa da recessão econômica causada pela pandemia da Covid-19, com exceção de Diadema e Ribeirão Pires.

A primeira teve aumento do potencial de consumo, de R$ 9,99 bilhões em 2019 para R$ 11,19 bilhões neste ano. Já Ribeirão teve incremento, passando de R$ 2,9 bilhões para R$ 3,03 bilhões,

“Diadema teve aumento na quantidade de domicílios da classe A (47,9%, passando de 1.623 para 2.401), o que puxou o crescimento neste ano. Já em Ribeirão Pires o que aconteceu foi melhoria de poder de compra em todas as classes, com exceção da D e E”, explicou o coordenador do IPC Maps 2020, Marcos Pazzini.

Em previsão realizada em abril, Pazzini havia previsto o potencial de consumo para R$ 79,71 bilhões. O número foi revisto para R$ 73,97 bilhões por causa do agravamento da situação da pandemia. No País, a projeção de movimentação é de cerca de R$ 4,465 trilhões na economia, uma queda de 5,39% em relação a 2019, a maior desde 1995.

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