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jun 6, 2020
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Apenas sobreviver

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Há cerca de 100 anos a humanidade não era submetida à tortura de pandemia com efeitos tão catastróficos. A nossa geração foi pega de surpresa com a agressividade múltipla do Sars-Cov-2. O Brasil, sexto País mais populoso da Terra, é palco destacado desta tragédia, com danos proporcionais na saúde e na economia. Louve-se ação heroica do SUS (Sistema Único de Saúde), programa de saúde pública, sem similitude em outras nações, utópico na sua cobertura total frente à nossa realidade e, portanto, insuficiente na sua gestão global e no financiamento, sobretudo quando agravados por achaques de corrupção. São 170 milhões de pessoas a depender exclusivamente deste serviço – 3/4 da nossa população – dos quais 13 milhões estão desempregados e cerca de 50 milhões, em trabalho informal. Estima-se que mais 17 milhões deverão ainda ser incluídos neste cadastro para auxílio pecuniário imediato, gerando total de 154 bilhões aplicados para 38% da população.
Não fôssemos o segundo País socialmente mais desigual e injusto do planeta, no qual 1% dos mais ricos detém mais de 40% do PIB (Produto Interno Bruto), a situação de vulnerabilidade do povo seria mais decente. Neste momento é dar comida a quem tem fome. É necessário ter-se consciência coletiva desta prioridade absoluta. É questão de humanidade que passa por várias iniciativas emergenciais que envolvem programas já existentes, como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), Bolsa Família e outros. Entendemos a premência de fazer girar a roda da economia, mas não à custa do incremento de mortes à revelia da ciência. É equilíbrio difícil e de prejuízos inevitáveis. Urge a prática de liberalismo não predador, mais humanitário, que assista prontamente pequenos e médios empreendedores. Aguardamos angustiados por protocolo de tratamento eficaz na ação direta contra o vírus e sua síndrome e pela celeridade na produção de vacina, esta ainda meses distante.
Vai passar. As viroses têm prazo de validade e a ruína financeira também. A ciência encontrará maneiras de prevenir o contágio e tratar sequelas. Saberemos recuperar prejuízos materiais através de globalização legítima, no seu mais amplo sentido, para a construção de mundo mais equânime. Mais que nunca, é preciso compreender que o Estado são as pessoas, quer sejam individualizadas por CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou ocultas por CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), e que a vida é dom divino inalienável. Neste momento de dor, a todos que se arriscam nas diferentes atividades essenciais e principalmente aos colegas da saúde, nosso pleito de orgulho e gratidão. Vocês nos fazem acreditar em mundo melhor.

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