Lentamente começam a brotar nos olhares e nos corações de nossa gente um pouco de esperança por dia melhores. O mundo começa a emergir do caos que o assola quando vidas são ceifadas em proporções inimagináveis desde há um século, desde a última peste, expondo a fragilidade da ciência ante a agressão de um vírus desconhecido. De repente, soa um alerta entre todos os povos, sem distinção de raça, cor, ou condição financeira e intelectual, nivelando-nos pela dor da perda de entes queridos e lembrando-nos a inexorável finitude da vida. De repente, você percebe que a prioridade é permanecer vivo e que status, poder, fortuna, soberba etc., são deletados quando recebemos o carimbo no passaporte para a eternidade, na nossa derradeira viagem. Se alguma lição deve ficar mesmo nas almas mais hipócritas e empedernidas dos falsos teístas é a trilogia: liberdade, igualdade e fraternidade, que nos possibilita evoluir para as melhores versões de nós mesmos. Evoluir espiritualmente é adquirir com o tempo a consciência que estimula virtudes. “Fiat lux” (faça-se a luz) para o Iluminismo do século XXI. Creiam e fiquem com a extraordinária síntese de fé do poeta amazonense Thiago de Mello: “Faz escuro, mas eu canto”. Boas festas a todos.
*José Roberto E. Xavier. Academia de Letras da Grande São Paulo.
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