Cinco cidades da região não vão seguir a recomendação do governo do Estado quanto a liberação do uso de máscara em locais abertos a partir do dia 11 de dezembro. As prefeituras de Santo André, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra disseram que vão manter a proteção ao menos até o fim do ano, assim como foi decidido de forma conjunta em assembleia no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, dia 8 de novembro. O Paço de São Bernardo disse que o assunto ainda será discutido internamente, enquanto São Caetano vai destoar das vizinhas e flexibilizar o uso da máscara em espaços abertos.
A liberação do item de proteção foi anunciada ontem pelo governador João Doria (PSDB) em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. De acordo com o tucano, o Estado deve superar até dia 11 a marca de 75% das pessoas imunizadas com as duas doses da vacina. “Tomamos esta medida baseados em evidências científicas, que demonstram queda superior a 90% de internações em relação ao pico da pandemia, e a aceleração da vacinação no Estado que mais vacina no Brasil”, justificou Doria. Ontem São Paulo tinha 74,7% da população totalmente protegida contra o coronavírus.
A decisão do Estado desagradou especialistas que não enxergam motivo para a flexibilização. “Acho que a gente não devia nem discutir isso. Não traz benefício você tirar a máscara, uma discussão que deveria nem estar sendo feita. Máscara é para continuar se usando sempre que possível, em qualquer ambiente. Isso é uma medida que funciona na prevenção da transmissão”, comentou à CNN o diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri.
José Ribamar Branco, infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente) também criticou a decisão. “Sou contra a liberação, temos que ter uma medida única, liberar em local aberto e não em fechados gera muitas dúvidas nas pessoas. Os exemplos estamos vendo na Europa, mesmo onde a vacinação tem sido alta, tem surgido a quarta onda. É recomendado que continuemos com essa excelente política de vacinação e com a máscara. A vacina diminuiu a mortalidade e a internação, mas não a transmissão do vírus. Os vacinados também transmitem a doença. É uma medida precipitada, está se querendo, mais uma vez, tratar a pandemia sem planejamento e contando com a sorte. Sei da pressão da sociedade, mas temos que olhar a Europa. Tudo que aconteceu lá foi como uma antessala do que ocorreu no Brasil”, comentou o especialista.
ATUALIZAÇÃO DOS CASOS
As cidades da região registraram mais nove mortes em razão da Covid ontem, sendo quatro em Santo André, duas em Diadema, duas em Mauá e uma em São Bernardo. Desde o início da pandemia são 10.480 vítimas fatais da Covid.
Em relação aos infectados, foram registrados mais 108 casos, sendo 57 em Mauá, 24 em São Bernardo, 22 em Santo André, três em São Caetano e dois em Diadema. Com isso, o total chegou a 269.628, sendo que, destes, 254.319 tiveram Covid e já estão recuperados.
Foram aplicadas ontem mais 12.621 vacinas, sendo 616 referente à primeira dose, 7.361 à segunda e 4.644 reforços. No total, 86,6% dos moradores acima dos 12 anos estão completamente imunizados na região.
