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maio 30, 2020
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Com pandemia, ABC fecha 17,3 mil vagas com carteira assinada em abril

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A pandemia do novo co­ronavírus teve efeito devasta­do­r sobre o mercado de tra­balho com carteira assinada do ABC. No primeiro mês to­talmente afetado pela quarentena adotada para conter a covid-19, foram fechadas 17.295 vagas formais na re­gião em abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empre­ga­dos e Desempregados (Ca­ged), di­­vulgados quarta-feira (27) pe­lo Mi­nistério da Economia.

Trata-se do pior resultado mensal da série histórica do Caged, iniciado em 1992. Até o mês passado, o recorde negativo havia sido registrado em dezembro de 2015, com o fechamento de 8.988 postos de trabalho.

O impacto da pandemia so­bre o mercado de trabalho co­meçou a ser sentido em março, quando foram extintas 6.117 ocupações celetistas (veja qua­dro ao lado). Foi na segunda quinzena da­quele mês que as medidas de isolamento social e restrição às atividades não essenciais foram adotadas.

No segundo bimestre, os se­te municípios acumulam sal­do (con­­tratações menos demis­sões) de 23.412 vagas fechadas. Já no acumulado do ano, cujo resultado foi atenuado pelos 3.341 empregos criados em janeiro e fevereiro, o saldo de 20.071 postos extintos re­presenta que­­­­da de 2,83% sobre o es­to­qu­e existente no dia 31 de de­zem­­bro (709.579).

Os números foram anunciados depois de quatro meses sem publicações. O Caged foi divulgado pela última vez em janeiro, quando foram revelados os dados referentes ao ano passado. Desde então, o anúncio das informações, que era feito mensalmente, foi suspenso.

Segundo o governo, as empresas estão tendo dificulda­des para enviar os dados por conta da adoção do programa eSocial e devido às medidas de isolamento social provocadas pela pandemia, que levou ao fechamento dos escritórios.

“O resultado negativo já era esperado. Outra má notícia é que os dados de maio tendem a ser piores e não há nenhuma garantia de recuperação no emprego no segundo semestre, mesmo que a pandemia seja debelada”, afirmou o economista Ricardo Balis­­tiero, coordenador do curso de Administração do Insti­tuto Mauá de Tecnologia.

O economista prevê que o ABC encerrará este ano com queda de 5% a 10% no estoque de trabalhadores com carteira assinada – projeção que, se con­firmada, representará perdas de 35,5 mil a 71 mil empregos.

Balis­­tiero destaca que, mes­mo após o encerramento da qua­­rentena, a ati­vidade eco­nô­mica vai demorar para retomar o patamar pré-pandemia.

“Quando for autorizado a re­tornar, o comércio não essencial terá várias limitações, tanto de horário co­mo de acesso de pessoas ao interior das lojas. Além disso, o consumidor vai pensar duas vezes antes de ir, por exemplo, a um shopping, o que só vai aconte­cer quando se sentir seguro. Por fim, a reabertura se dará em um ambiente econômico debi­litado, de maior desemprego e menor renda”, disse Balistiero.

SETORES

Diferentemente do que ocor­ria até o ano passado, o Ministério da Economia não divul­gou o recorte municipal por atividades econômicas.

No Estado de São Paulo, on­de foram eliminados 260 mil empregos em abril, os setores mais afetados foram o agregado comércio e reparação de veículos, com 67,4 mil vagas fechadas, seguido pela indústria (54,6 mil) e pelos serviços de alojamento e alimentação (-40,6 mil), transporte e armazenagem (14,3 mil).

Prorrogação de benefício será avaliada ‘no momento oportuno’

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, afirmou no dia 27 que, “por ora”, não se pode pensar na prorrogação do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda do governo federal. Segundo Bianco, a decisão sobre a ampliação ou não dos prazos do programa será tomada em momento oportuno, juntamente com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o pre­sidente da República, Jair Bol­sonaro (sem partido).

No programa, o governo federal paga Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) para os trabalhadores que tiveram seus contratos de trabalho suspensos em razão da pandemia, ou que tiveram re­dução proporcional de jorna­da de trabalho e de salário.

Desde 1º de abril, data da edição pelo governo federal da Medida Provisória (MP) 936/2020, que criou o programa, foram preservados mais de 8,1 mi­lhões de empregos no país.

“O governo avalia que de fato é um programa muito exitoso. O momento agora da nossa secretaria é de avaliar os efeitos desta política. Portanto, já até adianto que, por ora, não se pode nem pensar em prorrogação”, disse o secretário. “Se vai ser ou não ampliado, isso é uma decisão que tomaremos no momento oportuno em conjunto com o ministro (Guedes) e o presidente da República e, aí sim, também com as medidas de retomada”, afirmou Bianco.

Segundo o secretário, pa­ralelamente à avaliação do pro­grama emergencial, a pas­ta já tem medidas de retomada “prontas”, na “mesa”, para se­rem lançadas no momento oportuno, que vão atacar o de­semprego “diretamente”. “Medidas de fomento à contratação, tudo na nossa mesa e prontas para, no momento oportuno, divulgá-las”, disse.

SEM SURTO

O secretário de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Bruno Dalcolmo, por sua vez, afirmou que não espera um “surto” no mercado de trabalho uma vez que, quando as medidas emergenciais em vigor fo­rem encerradas, o país deverá ter superado a crise sanitária, ou já estará bastante controlada, em sua visão.

País tem 763,2 mil vagas fechadas no acumulado do 1º quadrimestre

O mercado de trabalho brasileiro fechou 763,2 mil empregos com carteira assinada de janeiro a abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados quarta-feira (27), pelo Ministério da Economia.

O acumulado é resultado de 4,999 milhões de admissões e 5,763 milhões de demissões.

Primeiro mês totalmente afetado pela pandemia do co­ronavírus, abril registrou o fechamento de 860,5 mil vagas. Foram feitas 598,6 mil contratações e 1,459 milhão de desligamentos no período.

O fechamento de 860,5 mil vagas formais em abril é o pior para todos os meses da série histórica, segundo a coordenadora-geral de Cadastros, Identificação Profissional e Estudos da Secretaria de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Mariana Eugênio.

Em coletiva à imprensa, Ma­­riana ponderou que, apesar do recorde negativo, o mês de abril foi atípico em razão da pandemia do novo coronavírus, e pelo fato de a crise ter afetado muito as admissões.

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