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jun 24, 2020
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Covid faz 1.000 vítimas no Grande ABC

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Ontem, com as 24 perdas notificadas nos boletins epidemiológicos das sete prefeituras, a região alcançou o primeiro milhar, exatos 91 dias após o primeiro registro de óbito, em 25 de março.

De lá para cá, a Covid-19 causou 312 mortes em São Bernardo, 242 em Santo André, 207 em Diadema, 117 em Mauá, 78 em São Caetano, 33 em Ribeirão Pires e 11 em Rio Grande da Serra. E, apesar de a reabertura da economia levar mais pessoas às ruas do Grande ABC e poder causar aumentos nos índices, as administrações públicas vêm implementando métodos na tentativa de identificar e monitorar pessoas contaminadas, para que não levem a doença adiante.

E o que fazer para as sete cidades não registrarem dentro de pouco tempo 1.000 novas mortes? “A região não atingirá elevadas mortes se diminuir o número de novos infectados a partir do acompanhamento de todos os casos locais e globais do coronavírus, manter em isolamento todos os casos positivos por 14 dias, no mínimo, diagnosticar rapidamente os casos suspeitos, rastrear o maior número possível de pessoas com testes de diagnósticos sorológicos para identificar quantas já foram contaminadas e imunizadas, e entender a dinâmica da transmissão no Grande ABC. Além de manter campanhas informativas,realizar exames de rotina para outras doenças e adotar medidas preventivas de combate ao vírus”, indica a gestora do curso de biomedicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Adriana de Brito. “É importante que a população contribua, evitando exposição aos fatores de risco. Nenhuma medida preventiva implementada pelos órgãos sanitários será totalmente eficaz se não houver o comprometimento da própria população.”

A primeira centena de fatalidades demorou 30 dias para ser alcançada. A segunda, dez dias. Depois, foram necessários apenas nove para a região atingir 300 mortes e, daí em diante, o intervalo caiu para seis e até cinco dias para que 100 novos óbitos fossem acrescentados à contabilidade das sete cidades. Entre estas vítimas estava a assessora parlamentar de Diadema Regina Del Rey, 62. Segundo a filha, Eliana, 38, a mãe seguiu a quarentena à risca. Porém, a suspeita é ter sido infectada através de quentinhas ou refeições entregues via aplicativo.

“Não sabemos como ela contraiu. Médicos disseram que pode ter sido através de alimentos. Eles (pais) pediam marmitas, então fica o alerta para tomar muito cuidado com alimentos que vêm da rua: higienizar, tirar e descartar a embalagem, a sacola. Por mais cuidado que tivesse (ainda assim), minha mãe contraiu este vírus”, conta Eliana.

Integrante do grupo de risco em razão de diabete, segundo a filha, Regina teve diagnóstico inicial de H1N1. Porém, o quadro se agravou, a assessora foi levada à UBS da Vila Nogueira e, de lá, transferida para o Hospital Municipal de Diadema. Por fim, chegou a unidade particular, em São Bernardo, onde foi internada. Depois de apresentar melhora, piorou muito, a Covid já tomava conta de 88% do pulmão e a doença levou a alegria marcante e a luta incessante de Regina pelas mulheres e por Diadema, interrompendo seu sonho de sair candidata a vereadora no fim do ano. “Não é uma gripezinha. Mata. Infelizmente levou minha mãe a óbito. Pessoa que cumpriu quarentena certinho, infectou meu pai. Então, tomem cuidado. Quem puder, fique em casa, não façam social, não vão em baile, para não levar para dentro de casa. Tenham consciência. Usem álcool gel, máscara, quando chegar em casa trocar a roupa e tomar banho. A dor da perda é imensurável”, indica Eliana, que promete seguir com o legado da mãe – inclusive político.

“É difícil não poder velar seu ente querido. Muito dolorido ter apenas dez minutos para o sepultamento, restrito a dez pessoas”, diz Elaine, que junto dos irmãos promoveu uma despedida alternativa bem ao estilo que a mãe Regina gostava. “Fizeram carreata até o cemitério e soltaram fogos. Foi a homenagem que pudemos prestar.”

Entre as particularidades da doença, uma dói muito nos familiares: ter a despedida restringida. “Dói muito não poder ver pela última vez as pessoas que amamos. Para ter uma despedida digna. O enterro é tão rápido, não dá tempo nem de se despedir”, lamenta Elizete, que viveu a experiência duas vezes, primeiramente ao velar e enterrar a mãe e, alguns dias depois, ao repetir a situação para dar adeus ao marido, junto ao filho de 10 anos.

Sete cidades registram 2.793 novos casos confirmados

No dia em que contabilizou a milésima morte pelo novo coronavírus, o Grande ABC registrou recorde no número de casos confirmados em único dia. Foram 2.793 novos pacientes da região que positivaram à doença – a marca anterior era de 709, em 20 de junho –, número bastante influenciado por São Bernardo, que informou salto significativo nas confirmações: de 4.448 notificadas no boletim epidemiológico de segunda-feira, para 6.903 indicados ontem, ou seja, 2.455 a mais, fazendo com que o município retomasse a liderança do ranking de infectados, que há semanas pertencia a Santo André (que com os dados de ontem, chegou a 5.246 casos).

No total, agora a região tem 17.699 pessoas que tiveram teste positivo para a Covid-19. Além dos pré-citados em São Bernardo e Santo André, há 2.717 em Diadema, 1.776 em São Caetano, 627 em Mauá, 304 em Ribeirão Pires e 126 em Rio Grande da Serra.

Com relação aos recuperados, a região alcançou ontem a marca de 7.490. Neste ponto, São Bernardo também teve aumento representativo, passando de 790 registros de altas médicas na segunda-feira para 2.105 ontem. As demais recuperações foram confirmadas em Santo André (3.285 – contabilizados também os pacientes em isolamento domiciliar), São Caetano (1.351), Diadema (267), Mauá (254), Ribeirão Pires (152) e Rio Grande da Serra (76).

Por fim, outro dado que teve grande salto impulsionado pelo informativo são-bernardense foi o de suspeitos. Se na segunda-feira eram 21.658, ontem eram 27.418 pessoas sem diagnóstico no Grande ABC, 16.109 somente em São Bernardo.

Estado bate recorde com 434 baixas

O Estado de São Paulo quebrou mais uma vez o recorde de registro de mortos em razão da Covid-19 em um único dia. Ontem, de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria do Estado da Saúde, foram acrescentadas 434 vítimas fatais às contas, totalizando 13.068 óbitos no território paulista (7.551 homens e 5.517 mulheres).

De acordo com o coordenador-executivo do Centro de Contingência do coronavírus, João Gabbardo, tal situação é reflexo do avanço do vírus para o Interior. “Este número ocorre basicamente porque o Interior do Estado, em sua grande maioria das regiões, está em curva ascendente, uma curva de crescimento de casos, isso faz com que, mesmo com uma redução que a gente tenha na Capital e na Região Metropolitana, o geral continua sendo negativo pelo o que nós esperamos e desejamos que é a redução do número de óbitos no número estadual”, afirmou.

Por outro lado, Gabbardo ponderou que, apesar deste recorde, o Estado está com bom índice de capacidade de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratamento da doença. “É importante destacar que isso não tem pressionado os leitos de UTI, nós continuamos com utilização entre 65% e 66% dos leitos, o que significa que nós temos entre 34% e 35% dos leitos disponíveis para a população. E isso que importa quando as pessoas estiverem necessitando de atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respiratória, que nós tenhamos capacidade de atendimento com equipe, respiradores, pessoal treinado para diminuir a mortalidade dos pacientes”, declarou.

A alta em São Paulo elevou os números nacionais. Ontem foram registradas 1.374 mortes, com total de 52.645, segundo dados do Ministério da Saúde. O País acumula ainda 1.145.906 casos da doença, já contabilizados os 39.436 informados nas últimas 24 horas.

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