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jul 27, 2021
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Exportações reagem no 1º semestre, mas ABC tem maior déficit comercial em 24 anos

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A retomada da atividade eco­nômica no mundo impulsionou a recuperação das exporta­ções de empresas do ABC no primeiro semestre deste ano, mas o au­mento em maior magnitude das importações, especialmen­te au­topeças, levou a balan­ça comer­cial da região no período ao maior déficit em 24 anos.

É o que mostram dados da plataforma Comex Stat, do Mi­nistério da Economia, compi­la­dos pelo Diário Regional. Se­­gundo o portal, os embarques do ABC para o exterior na pri­meira metade deste ano cresceram 57,2%, para US$ 2,07 bi­lhões. É o melhor desempe­nho pa­ra o pe­ríodo desde 2018.

Na mesma comparação, as importações registraram alta de 53,9%, para US$ 2,65 bilhões, maior resultado desde 2014.

O aumento expressivo tan­to nas exportações como nas importações já era espera­do, tendo em vista a base de com­paração fraca do primeiro se­mestre de 2020. “Naquele pe­ríodo, o comércio internacional pra­­ticamente pa­rou devido às medidas adotadas para conter a  pri­meira on­da da pandemia de covid-19. Assim como as em­­presas, a infraestrutura ae­­ro­­por­tuária também foi im­pac­ta­­da pela pandemia”, lembrou Mar­cos An­­dra­de, diretor do De­partamen­­to de Relações Exte­riores do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

Houve crescimento nas principais pautas exportadoras dos sete municípios. Na comparação entre os primeiros semestres de 2020 e 2021, os embarques de veículos aumentaram 91%, para US$ 731 milhões, assim co­mo o envio de au­topeças (de 97%, pa­ra US$ 147,2 milhões) e de máquinas e equipamentos (de 34,1%, para US$ 245,6 milhões).

Porém, como as importações cresceram mais do que as exportações no primeiro semestre em termos no­mi­nais, o saldo da balança co­­mercial da região piorou e fi­cou negativo em US$ 579,1 mi­­lhões, o maior déficit para o pe­ríodo desde 1997, primeiro ano da série histórica disponibiliza­da pelo portal Comex Stat.

O saldo negativo foi puxado pelo segmento de autopeças, que ele­­vou em 70,3% as importações, para US$ 618,17 milhões. Com isso, o déficit comercial do setor ficou em US$ 471,0 mi­lhões, contra US$ 289,17 mi­lhões no primeiro semestre do ano passado e US$ 349,82 mi­lhões nos seis meses iniciais de 2019 – antes, portanto, da eclosão da crise sanitária.

O setor automotivo sofre, desde o início da pandemia, com o aumento no preços dos insumos, decorrente do desequilíbrio entre oferta e demanda, do câmbio e da cotação internacional das commodities.

Para o diretor do De­parta­men­­to de Relações Exte­riores do Ciesp, a pandemia provocou “desarranjo” na cadeia automotiva. Essa desordem foi potenciali­zada pelo dólar valorizado (variando entre R$ 5,10 e R$ 5,60), o que encareceu a compra de matérias-primas e componentes que entram no processo pro­dutivo das indústrias, e pe­la disparada internacional nos preços de alguns insumos.

“Teve a questão do dólar, que esteve bastante elevado, o que impacta as empresas que dependem de matérias-primas importadas, e houve desarranjo não só na cadeia au­tomotiva, mas em várias ca­deias, em função de paradas na produção ou de medidas sanitárias adotadas para conter a propagação do vírus, as quais reduziram a produção e, eventualmente, podem ter forçado algumas empresas a substituir conteúdo local por importado”, afirmou An­­dra­de.

Outra possível explicação, segundo o diretor do Ciesp, é que as empresas, para se precaver de eventuais falhas na cadeia logística e da escassez glo­bal de suprimentos, tenham feito estoques de segurança maiores do que os habituais.

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