Em assembleia presencial na tarde de quarta-feira (17), na sede do Sintetra ABC (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Grande ABC), cerca de 580 funcionários do transporte público das linhas municipais e intermunicipais do Grande ABC entraram em estado de greve e anunciaram paralisação para próxima quarta-feira (24). A categoria rejeitou a proposta enviada pelas empresas de ônibus que oferecia 8% de reajuste – número ficou abaixo do reivindicado, que foi de 11%, que é praticamente a inflação dos últimos 12 meses.
Além do reajuste salarial, os trabalhadores também demandam o retorno do pagamento do PRL (Participação nos Resultados e Lucros), suspenso desde o ano passado por conta da pandemia, e aumento real de mais 5% para categoria.
Os funcionários aguardam nova proposta das empresas até segunda-feira em assembleia agendada para às 16h na sede do sindicato, em Santo André, ou irão comunicar a paralisação do serviço com 72 horas de antecedência conforme determina a lei 7.783/1989, que dispõe sobre o direito de greve. A paralisação, caso ocorra, começa na quarta-feira (24) e deve impactar 7.000 funcionários das linhas municipais e intermunicipais que atendem todas as cidades da região.
Segundo o presidente do Sintetra ABC, Leandro Mendes, a proposta enviada pelas empresas ficou muito abaixo do esperado pela categoria. “Os colaboradores do transporte passaram todo ano de 2020 sem reajuste salarial trabalhando em meio à pandemia da Covid. Estamos abertos a negociações e entendemos que por conta da crise sanitária as empresas também estão com dificuldades financeiras. O que não podemos é ficar sem um acordo justo para esses funcionários que também precisam pagar suas contas. Nossa meta é fechar em pelo menos 10% de reajuste e garantir a volta do pagamento do PRL”, finaliza Mendes.
A assembleia ocorreu a céu aberto no endereço da sede, na Rua Santo André, e por conta do grande número de pessoas precisou do apoio da Polícia Militar e do DET (Departamento de Engenharia de Tráfego) para organizar o trânsito no local.
Fonte: Diário do Transporte / Diário do Grande ABC