Com a aproximação das eleições e encurralado pela ala política, que pressiona por medidas para aumentar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve autorizar novos saques de recursos pelos trabalhadores de suas contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Ação semelhante foi autorizada no governo do expresidente Michel Temer (MDB) e ampliada pela atual administração medidas anteriores já liberaram a retirada de quase R$ 100 bilhões do fundo de garantia.
Guedes anunciou que o governo pode liberar, até o fim do ano, recursos do fundo para que as pessoas paguem dívidas. “São pessoas que têm recursos lá e que estão passando por dificuldades. Às vezes, o cara está devendo dinheiro no banco e está credor no FGTS. Por que não pode sacar essa conta e liquidar a dívida dele do outro lado?”, disse, sem dar mais detalhes, em evento do BTG Pactual, ao citar medidas que podem ser tomadas pelo Ministério da Economia até o fim deste ano.
O tema é tratado no âmbito da SPE (Secretaria de Política Econômica). Um dos idealizadores é o assessor especial de assuntos estratégicos do ministério, Adolfo Sachsida, ex-chefe da SPE, que já elaborou no atual governo as medidas de saques do FGTS para estimular a economia. Guedes disse também que o governo pretende reduzir em 25% a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Guedes afirmou que a proposta de redução do tributo conta com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e do presidente Jair Bolsonaro.
“Com redução do IPI, vamos reindustrializar o Brasil. A indústria brasileira está sofrendo nas últimas décadas com impostos altos, juros altos e encargos tributários”, completou.