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set 18, 2020
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Indústria do ABC reage, mas ociosidade continua acima do patamar pré-pandemia

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Depois de submergir no início da pandemia do novo coronavírus, que chegou ao país em março, a indústria do ABC dá sinais de recuperação, ainda que lenta. Prova disso é que o nível de ociosidade no parque fa­bril da região caiu para 48% em julho, 13 pontos porcentuais abaixo do apurado em abril (61%), quando o impacto da cri­­se sa­­­nitária so­bre a atividade eco­­­nômica atingiu seu ápice.

Ou seja, o uso da capacida­de instalada no parque industrial dos sete municípios subiu de 39% em abril para 52% em julho, mas ainda está distante do apurado em fevereiro (60%), mês imediatamente anterior ao da chegada da pandemia, ou em julho do ano passado (63%).

Os dados integram o boletim IndústriABC, da Universi­dade Metodista de São Paulo. Trata-se de recorte regio­nal de sondagem elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A pesquisa revela ainda que a retomada da atividade econômica é mais lenta no ABC do que no restante do país. Em julho, o uso da capacidade ins­talada na indústria brasileira alcançou 67% e se aproximou do índice observado em fevereiro (68%).

“Possivelmente, a compo­sição da indústria local, o grau de dependência da importação de insumos e a elevação dos custos decorrente da alta do dólar, além da dificuldade para importação desses itens, podem ajudar a explicar esse comportamento”, disse o profes­sor Sandro Mas­kio, que co­­or­dena o Observatório Econômico da Metodista.

É o caso da Maximu’s Embalagens Especiais, com sede em Ribeirão Pires. A indústria comemora a recuperação das vendas, mas o aumento do preço da matéria-prima usada na fabricação de suas embalagens – resinas plásticas, como o polietileno de baixa densidade – eleva os custos e preocupa.

“Aguardávamos com muita expectativa o reaquecimento econômico. As demandas voltam a crescer, mas o aumento gigantesco de pre­ços, principalmente do polietileno de baixa densidade, coloca em risco es­sa retomada”, afirmou o ge­rente comercial Erick Souza.

SETOR AUTOMOTIVO

Maskio lembrou ainda que o ABC é fortemente dependente da indústria automotiva, que acu­­mu­la queda de quase 45% na produção de veículos nes­te ano, segundo a Associação Nacio­nal dos Fabricantes de Veícu­los Automotores (Anfavea).

Outro problema é a ainda fraca demanda interna, explicada pelos efeitos econômicos das ações de distanciamento social. “A indústria, como atividade indoor, foi menos afetada pela pandemia do que o comércio e os serviços, que tiveram de fechar para diminuir o contágio. Porém, se não há demanda interna, não adianta importar insumos e produzir, porque não vai vender”, afirmou Maskio.

O cenário ainda é de retração em muitos indicadores. Em escala de 0 a 100, a produção do setor industrial da região marcou 50 pontos em julho, após despencar para 20 em abril e 21 em maio – quanto mais próximo de zero, pior é o cenário.

O Índice de Confiança (ICEI) caiu em julho para 45,5 pontos entre gestores industriais da região, contra 55,7 pontos em novembro de 2019. A queda reflete a baixa expectativa sobre a economia brasileira e sobre o desempenho de suas empresas.

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