O mercado de trabalho com carteira assinada do ABC registrou em setembro a criação de 4.400 vagas formais, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.
Trata-se do sexto saldo mensal positivo seguido. O resultado decorre de 29.463 admissões e de 25.063 desligamentos.
Os dados sugerem desaceleração em relação ao desempenho de agosto, quando o mercado de trabalho da região criou 8.372 empregos celetistas (número revisado). Também é inferior ao de setembro do ano passado (4.981), quando a economia iniciava a recuperação após as medidas adotadas para conter a primeira onda da pandemia de covid-19.
No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, o saldo do Novo Caged é positivo em 33.881 vagas criadas nos sete municípios. No mesmo período de 2020 houve fechamento líquido de 27.173 postos formais. Em 12 meses, o saldo acumulado é positivo em 48.574 carteiras assinadas.
Com os empregos criados em setembro, o estoque de vagas celetistas no ABC cresceu 0,6%, para 749.354.
Para o governo, os dados do Caged sinalizam a recuperação da atividade econômica, proporcionada pelo avanço da vacinação da população contra a covid-19.
O Caged, porém, monitora apenas o mercado de trabalho formal, enquanto a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua – que mostra a existência de 13,7 milhões de desocupados no país – abrange todas as formas de ocupação e também acompanha a evolução do desemprego.
Estudo da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), com base em dados da Pnad Contínua, revela que a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo encerrou o segundo trimestre deste ano em 15,7%. A força de trabalho era composta de 12 milhões de pessoas, das quais 10,1 milhões estavam ocupadas e 1,9 milhão, desempregadas.
SETORES
No corte por atividades econômicas, o setor de serviços foi o que mais gerou vagas formais em setembro no ABC (2.222). O grupamento foi o mais machucado pela pandemia de covid-19 e foi também o último a ter as restrições flexibilizadas. No acumulado de 12 meses, o saldo é positivo em 13.565 postos criados.
Na sequência foram geradas em setembro 1.433 vagas no comércio, 551 na indústria e 190 na construção civil .
O presidente da Associação de Construtores, Imobiliárias e Administradoras do ABC (ACIGABC), Milton Bigucci Júnior, destacou em evento decisão do governo do Estado, tomada ainda no início da pandemia, de considerar a construção civil uma atividade essencial. “O governo não paralisou a construção, o que permitiu não só a manutenção, mas também o aumento nos empregos do setor.”
Em termos nominais, São Bernardo foi a cidade que mais empregos gerou (1.852) em setembro no ABC. “Os últimos anos foram duros para a economia do país. Com o avanço da vacinação e a reabertura das atividades, já podemos observar mudança de comportamento na indústria e nos serviços”, disse em nota o prefeito Orlando Morando (PSDB).