Um ano após a chegada da pandemia de covid-19 ao país, o mercado de trabalho do ABC está próximo de “zerar” as vagas com carteira assinada perdidas durante a primeira onda da crise sanitária. Porém, a recuperação do emprego ainda não chegou aos trabalhadores que têm acima de 50 anos, justamente a parcela que inclui o grupo de risco para a doença.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, revelam que, das 37,8 mil vagas fechadas entre fevereiro e julho do ano passado na região, 30,8 mil foram reabertas nos sete meses seguintes. Porém, a retomada tem sido desigual.
Prova disso é que, desde março do ano passado, foram fechadas quase 13 mil vagas anteriormente ocupadas por trabalhadores acima de 50 anos. No sentido contrário, na faixa até 24 anos, o saldo é positivo em 12,7 mil empregos formais criados.
Há perdas em outras faixas etárias, mas a magnitude é menor: de 2,6 mil postos de trabalho no grupo de 30 a 39 anos e de 4 mil no de 40 a 49 anos.
Os dados confirmam tendência do mercado de trabalho, que é historicamente avesso às faixas etárias mais avançadas.
A recuperação do emprego também não chegou àqueles que têm menor nível de escolaridade. Desde março do ano passado, foram fechadas no ABC 12,2 mil vagas anteriormente ocupadas por trabalhadores com ensino médio incompleto ou abaixo. Em contrapartida, o saldo entre os trabalhadores com nível médio é positivo em 6,5 mil empregos criados.
Também há perda entre aqueles com superior completo, de 3 mil de postos de trabalho.
Os dados do Caged também revelam que o fechamento de postos de trabalho foi maior entre as mulheres. Desde março do ano passado, esse público teve 5,4 mil vagas fechadas, contra 1,6 mil entre os homens.