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jul 20, 2021
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Pandemia faz ABC ter mais óbitos do que nascimentos no 1º semestre

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Em meio à pandemia de covid-19, o ABC teve crescimento vegetativo negativo no primeiro semestre. Na prá­­tica, signi­fica que houve mais óbi­tos do que nascimentos no período de janeiro a junho deste ano. É a pri­meira vez que isso acontece.

É o que revelam dados no Portal da Transparência do Re­gistro Civil – administra­do pe­la Associação Nacional dos Re­gis­tradores de Pessoas Na­tu­rais (Ar­­pen Brasil) – cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco na região. Segundo o portal, os cartórios dos sete municípios registraram 14.444 óbitos no primeiro semestre deste ano. O total, que é o maior da história em um primeiro semestre, é 45,6% maior que o ocorrido no mesmo pe­ríodo de 2020, com a pande­mia já instalada no país. Em comparação aos seis primeiros meses de 2019, ano anterior à chega­da do novo coronavírus, o au­men­to no nú­mero de mortes foi de 78% (veja gráfico acima).

Por outro lado, a quantidade de nascimentos registrou o mais baixo patamar em um primeiro semestre da série histórica. Até junho foram registrados 14.187 nascimentos no ABC, nú­mero 8,6% inferior ao do mesmo pe­ríodo do ano passado. Ante os seis primeiros meses de 2019, anteriores à chegada da pandemia, a redução é de 13,7%.

Como resultado do aumento no número de mortes e da re­dução da quantidade de nascimentos, os sete municípios re­gis­traram crescimento vegetati­vo ne­gativo, ou seja, a população en­colheu em 257 habitantes.

Normalmente, o número de mortes só excede o de nascimen­tos em países muito desenvolvidos. É o caso do Japão, onde a taxa de natalidade é extre­mamente baixa. O fenômeno, porém, já foi registrado de forma excepcional e pontual em momentos de tragédia e profunda desestruturação social. Foi o que ocorreu na Segunda Guerra Mundial, com a epidemia de Aids em al­guns países da África e no colap­so da antiga União Soviética.

Também é normal que as pessoas tenham menos filhos em um momento de crise, daí a redução no número de nascimentos verificada nos da­dos da Arpen Brasil.

A tendência é de que o crescimento vegetativo volte a ser positivo no segundo semestre. “Depois da violenta segunda onda da pandemia, começamos a ver o resultado efetivo do aumento da vacinação – que, mesmo a passos lentos, já traz reflexo para a população mais velha e deve ser incrementada para também proteger os mais novos, de forma a reduzir o número ainda alto de mor­tes pela doença”, afirmou o pre­sidente da Arpen Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli.

COVID

Ainda de acordo com o portal, o ABC registrou 6.246 óbitos por covid-19 no primeiro semestre deste ano, ante 1.772 no mesmo período de 2020. Na prática, de cada se­te mortes re­gistradas nos car­tórios da re­gião, três tiveram o novo co­ronavírus como causa.
Além das mortes provocadas diretamente pela pandemia, há elevação do número de óbitos por outras causas. Isso acontece por conta do colapso do sistema de saúde.

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