Apesar das nossas diferenças, somos tão parecidos. Esses dias reparei que os fios que lhe restam na cabeça são finos, claros e lisos, os meus são lisos e finos. Temos olhos pequenos e castanhos. Pensamos muito diferentes, afinal nascemos em décadas muito distintas, você é da época do JK e do chamado 50 anos em 5 anos, já eu, venho da época da queda do muro de Berlim e de lá para cá, muitas mudanças aconteceram tanto na sociedade quanto na transformação do pensamento. Desde pequena, ouço as pessoas dizerem que eu sou a cara do meu pai e é lógico que eu sempre me orgulhei disso. Mas, com o passar do tempo percebi que mesmo parecida em tantas coisas somos tão diferentes no jeito de ser. Ainda me orgulho de você e da sua profissão, afinal, escolhi ser jornalista por acompanhar você em inúmeros eventos aos finais de semana, adorava te ajudar a diagramar o jornal com a boa dupla (régua e caneta), ou fotografar você recebendo alguma homenagem. Aliás, quero o crédito da sua foto com Tortotello que é publicada no jornal até hoje. Hoje reparo em certos detalhes e descubro que por mais parecidos que possamos ser eu também tenho alguns trejeitos do outro homem da minha vida, meu avô, que sempre esteve a disposição de todos, com aquele jeito simples, sem se importar com status ou tÃtulo, reservado, mas com um coração mole e enorme. Ambos me ensinaram muito cada um a sua a maneira e com ambos aprendi que a Covid pode ser implacável e cruel, há um mês perdi meu avô e hoje meu pai se encontra com Covid e internado, o que aprendemos com isso? Que ninguém está ileso a nada, que a vacina pode salvar vidas, mas não garante que todos estarão a salvos, e o meu conselho? Cuide do seu bem maior antes que seja tarde demais. Pai te amamos, e estamos fazendo de tudo pela sua recuperação, fique bom logo. Com amor, Pitikko, Mel, Nani, Bebê, Mamãe e Max.
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