O varejo de combustíveis do ABC retomou neste mês os preços cobrados em meados de março, quando o isolamento social imposto para conter a pandemia de covid-19 derrubou a demanda e, com isso, os valores praticados nos postos.
Na semana passada, a gasolina comum foi vendida, em média, por R$ 4,186 o litro nos estabelecimentos da região, patamar semelhante ao da quarta semana de março, quando o derivado do petróleo era comercializado por R$ 4,242. Da mesma forma, o etanol foi vendido, em média, por R$ 3,039 o litro no ABC, nível parecido com o da terceira semana de março (R$ 3,068).
Os dados integram a pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e foram compilados pelo Diário Regional.
A ANP retomou o levantamento no início de novembro após dois meses de interrupção, ocorrida em função do encerramento do contrato com a empresa que fazia a pesquisa. Na volta, a amostragem foi expandida gradualmente e só na semana passada a coleta de dados voltou a ser feita nos seis municípios do ABC nos quais era realizada anteriormente – a exceção é Rio Grande da Serra.
A trajetória ascendente dos preços começou na segunda semana de maio, quando o governo do Estado começou a afrouxar as medidas de isolamento social e reabrir o comércio, com a consequente retomada da demanda por combustíveis. Desde então, a gasolina ficou 14,3% mais cara nos postos da região, acompanhando também a alta do dólar.
Na mesma comparação, o preço médio do etanol hidratado subiu 30,3% no ABC.
No caso da gasolina, os preços também foram impulsionados pela recuperação das cotações do petróleo no mercado internacional.
Mais recentemente, porém, as cotações têm oscilado ao sabor de notícias sobre o início da vacinação contra a covid-19 em alguns países, por um lado; e de notícias sobre o recrudescimento da pandemia, por outro.
No caso do etanol, os preços também têm sido pressionados pelo final da safra de cana de açúcar, o que reduz a produção do renovável.
GASOLINA VANTAJOSA
Desde o início de novembro, a gasolina é vantajoso para proprietários de carros flex, pois custa atualmente o equivalente a 72,6% do preço do etanol hidratado.
Por ter menor poder calorífico, o renovável tem preço limite equivalente a 70% do valor do derivado de petróleo para ser considerado vantajoso. Quando a paridade varia entre 70% e 70,4%, a escolha do combustível é facultativa. Acima de 70,4%, a gasolina deve ser a opção escolhida.