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jun 3, 2020
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Setor de serviços puxa perda de empregos no ABC devido à pandemia

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Segundo o Caged, setor respondeu por quase 50% dos postos de trabalho fechados em abril na região

A pandemia do novo co­ronavírus teve efeito devasta­do­r sobre todo o mercado de tra­balho com carteira assinada do ABC, mas foi mais cruel com os serviços. De cada dez empregos formais extintos em abril pela crise, praticamen­­te cinco eram desse setor.

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, os sete municípios perderam 17,3 mil postos de trabalho em abril. Desse total, o setor de serviços respondeu por 8.063, ou 46,7% do total.

A paralisação da economia após a adoção de medidas de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus reduziu de forma generalizada a renda e o gasto das famílias, que foram impedidas de saír de casa, o que limitou o consumo ao essencial. Nesse cenário, o setor de serviços foi o mais atingido.

Ainda segundo o Caged, o ramo dos serviços mais afetado no ABC – e, por consequência, o que mais perdeu postos de trabalho – foi o de alojamento e alimentação, com 1,9 mil vagas fechadas, seguido pelo de transporte, armazenamen­to e correios, com 1,7 mil.

Outro segmento fortemen­te atingido pela pandemia foi o agre­gado Atividades Administrativas e Servi­ços Complementares – que in­clui, por exemplo, as áreas de telemarketing, segurança, portaria e limpeza, que têm em comum serem serviços prestados às empresas. A rubrica foi responsável pela extinção de 3,2 mil vagas.

O economista Ricardo Ba­lis­­­tiero, coordenador do curso de Administração do Insti­tuto Mauá de Tecnologia, lembrou que, pela ótica da oferta, o se­tor de serviços responde por mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. “É um setor particularmente vulnerável a uma crise como essa porque não há como recuperar um serviço que deixou de ser prestado, diferentemente do que ocorre com a indústria”, explicou.

Ba­lis­­­tiero destacou que a Medida Provisória (MP) 936, que reduziu jornada e salários, ajudou a segurar a quebradei­ra, mas os empresários têm enfrentrado dificuldades para obter dinheiro dos bancos, o que torna quase impossível man­ter a mão de obra, sobretudo nas micro e pequenas empresas.

Ainda segundo o Caged, a in­dústria fechou 4,1 mil pos­tos de trabalho formais no ABC, mesmo número de empregos extin­tos no comércio. A cons­trução ci­vil, por sua vez, eliminou pouco mais de mil vagas.

Balistiero destacou que o im­­pacto sobre o emprego fabril era esperado, haja vis­ta o peso do setor automotivo na indústria da região. Segundo a Associação Nacional dos Fabri­cantes de Veículos Automoto­res (An­favea), a produção do se­tor despencou 99% em abril, enquanto as vendas caíram 76%.

O economista lembrou que os dados de maio tendem a ser piores e não há garantia de recuperação no emprego no segundo semestre, mesmo que a pandemia seja debelada.

Balistiero alertou também pa­ra o risco de abertura preci­pi­tada da economia – que, ao invés de antecipar a retomada, pode retardá-la.

“Nos paí­ses que começaram a flexibi­lizar o isolamento social, a cur­va de contaminação pelo no­vo coronavírus é descendente. O Brasil, por sua vez, começa a abrir o comércio em meio a recordes de número de casos e mortes. Se a abertura se mostrar um equívoco e o país tiver de adotar medidas mais restritivas, como o lockdown, o efeito sobre a economia será catastrófico”, previu.

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