A Volkswagen decidiu adiar em uma semana o retorno às atividades nas fábricas de São Bernardo e Taubaté, ambas no Estado de São Paulo. A produção seria retomada no próximo dia 18, mas agora a data mudou para o dia 25.
Segundo a montadora, o adiamento se deve à extensão da quarentena imposta pelo governo do Estado, que determinou o fechamento das concessionárias de veículos ao menos até o final deste mês.
Na fábrica de São José dos Pinhais (PR), o retorno às atividades está mantido para a próxima segunda-feira. Em entrevista coletiva, o presidente da Volkswagen para a América Latina, Pablo Di Si, havia adiantado que a retomada da produção dependeria da evolução da pandemia do novo coronavírus no país.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a medida foi negociada com a empresa para preservar a saúde dos trabalhadores e utilizará folgas futuras para compensar os dias parados adicionais.
“Neste momento de insegurança com relação à saúde dos trabalhadores, chegamos à conclusão de que o ideal seria usar as folgas futuras agora. Tínhamos quatro dias para trabalhar futuramente. Agora teremos mais cinco, então ficaremos devendo nove folgas”, explicou o coordenador de representação na Volkswagen, Wagner Lima.
Em casa desde 23 março, os trabalhadores da Volks permaneceram em férias coletivas até o final de abril. No dia 20 de abril votaram, por meio de assembleia virtual no site do sindicato, acordo – com base na Medida Provisória (MP) 936 – com redução de 30% na jornada de trabalho sem impacto no salário líquido dos cerca de 9 mil trabalhadores. O acordo vale por três meses.
A retomada das atividades na montadora se dará em apenas um turno, e serão adotadas mantidas para garantir a saúde dos funcionários.
Haverá distanciamento de dois metros entre as estações de trabalho dos trabalhadores, que utilizarão máscaras e terão temperatura medida antes de começar a trabalhar.
A frota de ônibus foi ampliada para que os usuários possam manter maior espaço entre si no interior do veículo no trajeto casa-trabalho.
O presidente da Volkswagen também informou que a subsidiária brasileira está aproveitando a experiência da empresa na China e na Alemanha para garantir retorno gradativo e seguro de suas operações no Brasil.
Para garantir o cumprimento de medidas de segurança, funcionários agirão como monitores e vão separar aglomerações. “Todo mundo terá de respeitá-las. Vamos esquecer hierarquias. O monitor poderá chamar a atenção de qualquer um, até de mim”, afirmou Di Si.
MERCEDES-BENZ
Na fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo voltaram metade dos 4,5 mil funcionários. Além dos protocolos estabelecidos por órgãos de saúde, a montadora montou laboratório de campanha em seu pátio para atendimento específico de trabalhadores com sintomas da covid-19. “Ao todo há cerca de 30 médicos, enfermeiros e auxiliares para o atendimento”, afirmou Fernando Garcia, vice-presidente de Recursos Humanos.