O nível do Sistema Cantareira, que abastece a região metropolitana de São Paulo, está em 32,9%, de acordo com informação atualizada na manhã desta segunda-feira (14), pela Sabesp. O volume atual do sistema é praticamente o mesmo de um mês atrás, variando apenas 0,4% no período.
Nas últimas 24 horas foi registrado aumento de 0,2%. Pelos critérios da Sabesp, o sistema opera em nível de alerta quando o volume é igual ou inferior a 40%. Desde outubro, o volume tem funcionado dentro desse limite. No dia 3 daquele mês, o nível era de 40,7%.
De acordo com o especialista em eficiência hídrica, Wagner Cunha Carvalho, membro do Instituto para a valorização da Educação e da Pesquisa no Estado de São Paulo (IVEPESP), apesar do período ser úmido, o risco de racionamento no primeiro semestre de 2021 não é descartado.
“Apesar de percebermos que as represas e reservatórios estão com um volume de água considerável, é adequado levarmos em consideração as medições feitas nos últimos anos. Não estão descartados cortes no abastecimento de água no período de seca, uma vez que os níveis dos reservatórios da Guarapiranga e da Cantareira são bem parecidos com os de março de 2013, um ano antes da pior crise hídrica dos últimos cem anos.”
Carvalho destacou que outros agravantes batem à porta da população, sem ao menos que percebam. “A natureza não se regenerou e esse ano temos que fazer diferente. Não dá para economizar somente quando os níveis dos reservatórios estiverem ainda mais baixos. Temos que administrar essa quantidade do recurso hídrico agora e aproveitar enquanto ainda temos um ‘cheque especial’ de água. O sistema do planeta está interligado, desde o desmatamento na Amazônia até o crescimento populacional, o aquecimento global, a produção excessiva de lixo, etc. Tudo isso interfere nas más condições hídricas que enfrentaremos daqui para frente”, ressaltou.