Os preços dos alimentos não deram trégua para o consumidor do ABC em 2020 e mantêm trajetória ascendente neste ano. Prova disso é que a cesta básica ficou 1,32% mais cara na região em janeiro.
Segundo a Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André (Craisa), o conjunto de 34 produtos essenciais custou, em média, R$ 881,06 no mês passado, ante R$ 869,55 em dezembro, onerando o bolso do consumidor da região em mais R$ 11,51.
Trata-se da quarta alta mensal seguida (veja gráfico acima). Em 12 meses, a cesta básica acumula aumento de 29,9%, enquanto o IPCA-15 – prévia da inflação oficial do país – variou 4,30% no mesmo período.
Na passagem de dezembro para janeiro, a maior alta foi registrada no preço do tomate, que variou 27,3%, para R$ 7,91 o quilo, em média – movimento creditado ao aumento da demanda no verão e ao excesso de chuvas, o que compromete a produção. Pelo mesmo motivo, a alface ficou 15,5% mais cara nos super e hipermercados da região.
No caso do açúcar refinado, que ficou 10,9% mais caro, a alta pode ser explicada pela entressafra da cana de açúcar.
VILÕES
Os “vilões” dos preços durante o ano passado – arroz, feijão e óleo de soja – desaceleraram em janeiro, mas continuam em patamares bastante elevados.
No mês passado, o pacote de 5 kg de arroz foi vendido, em média, por R$ 27,10 na região, aumento de 0,32% ante dezembro – décima alta mensal consecutiva. Em 12 meses, o grão ficou 93,8% mais caro.
Na mesma comparação, o óleo de soja ficou 0,62% mais barato na região e passou a custar, em média, R$ 7,97 a unidade. Porém, está 110,4% mais caro do que há um ano.
Nos dois casos, as altas estão relacionadas ao pagamento, pelo governo federal, do auxílio emergencial, que aumentou a demanda em itens básicos, além da alta do dólar e do aumento das exportações.
O feijão carioca ficou 3,7% e passou a custar, em média, R$ 7,93 o quilo.
Ainda segundo a pesquisa, oito dos 34 itens da cesta básica ficaram mais baratos na passagem de dezembro para janeiro. Na lista de produtos que baixaram de preço figuram macarrão (-6,7%) e leite longa vida (-5,0%).
A Craisa acompanha os preços da cesta básica nos principais super e hipermercados de seis dos sete municípios do ABC – não há levantamento de preços em Rio Grande da Serra. A pesquisa é baseada no consumo de uma família de quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, em um período de 30 dias.