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dez 10, 2020
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Inflação é a maior para novembro em 5 anos

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Pressionada pelos preços dos alimentos e de combustíveis, a inflação avançou 0,89% em novembro, maior percentual para o mês desde 2015. À época, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) havia variado 1,01%. Porém, no mesmo mês do ano passado, estava em 0,51%.

A disparada da inflação, que em 12 meses acumula 4,31%, acima do centro da meta do governo, de 4% ao ano, ocorre em cenário de forte desemprego e de redução pela metade do valor do auxílio emergencial.

Segundo Flavio Riberi, professor da Fipecafi, o cenário reflete o comportamento emocional do consumidor diante das adversidades trazidas pela pandemia do novo coronavírus, que tem vontade represada de comprar, mas, ao mesmo tempo, está com poder aquisitivo achatado, seja pela redução do auxílio emergencial pela metade, pelo desemprego presente na família ou pela diminuição dos salários e da jornada de trabalho.

Isso sem falar na escalada do dólar (ontem valendo R$ 5,12), que impacta nos preços dos produtos que têm cotação internacional, e na reposição dos prejuízos obtidos pelas empresas durante o segundo trimestre do ano por meio da remarcação de valores.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sete tiveram alta em novembro. A maior variação (2,54%) e o maior impacto (0,53 ponto percentual) vieram, mais uma vez, do grupo de alimentação e bebidas. A segunda maior contribuição (0,26 ponto percentual) veio dos transportes (1,33%). Juntos, os dois representaram cerca de 89% do IPCA do mês passado.

Os alimentos que mais encareceram foram: carne (6,54%), batata inglesa (29,65%), tomate (18,45%), arroz (6,28%) e óleo de soja (9,24%). Também ficaram mais caros a cerveja (1,33%) e refrigerante e água mineral (1,05%).

“Com a alimentação, diferentemente do gasto com telefonia, por exemplo, não dá para negociar. É algo essencial. E não há mágica. Diante das dificuldades financeiras, as pessoas reduzem o consumo de outros itens, a exemplo do vestuário, que ficou praticamente estável em novembro (0,07%), para priorizar a compra de comida. E olha que o brasileiro gosta de comprar roupa, mas deixou de estar na moda para focar no que é importante”, assinala Riberi. “O consumo de bebidas alcoólicas também aumento porque as pessoas têm ficado em casa e, no fim de semana, cansadas, assistem ao streaming, que não deixam de pagar, e bebem mais.”

O problema, segundo o especialista da Fipecafi, é que, por causa do dólar alto, os produtores acabam direcionando maior quantidade ao Exterior. No caso das carnes, a China têm grande apetite pelo produto brasileiro. Ou, ainda, podem segurar a oferta no mercado doméstico para recompor o preço. “A lei da oferta e da procura acaba pautando os preços”, diz. Em 12 meses, alimentação e bebidas aumentaram 15,94%.

Quanto aos combustíveis, a maior pressão veio da gasolina (1,64%), cujos preços subiram pelo sexto mês consecutivo. Entre os combustíveis (2,44%), destaca-se ainda a alta de 9,23% do etanol.

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