A Petrobras elevou o preço médio da gasolina nas refinarias em cerca de 8%, após três semanas sem mudanças nas cotações. O diesel, que teve o último reajuste também há três semanas, foi mantido, apesar de especialistas e agentes do mercado apontarem defasagem ante valores praticados no exterior.
O preço médio do litro da gasolina vendida pela Petrobras em suas refinarias passa de R$ 1,84 para R$ 1,98, o que representa alta de R$ 0,15, em média. Esse foi o primeiro aumento do ano. O último ocorreu no dia 29 de dezembro.
“Os preços praticados pela Petrobras têm como referência os preços de paridade de importação e, desta maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo”, informou a empresa por meio de sua assessoria de imprensa, acrescentando que, em 2020, o preço médio da gasolina em suas refinarias atingiu mínimo de R$ 0,91 por litro.
A petrolífera também saiu em defesa da sua política de preços em relação ao diesel, combustível que está no topo das insatisfações dos caminhoneiros com o governo Jair Bolsonaro, e listou uma série de respostas para justificar eventuais aumentos concedidos ou que possam vir a ser feitos este ano, diante de preços de petróleo em franca recuperação.
Como se estivesse respondendo a perguntas de consumidores de diesel, a coluna Fatos e Dados da Petrobras, disponível no site da companhia, informa que o Brasil não tem o diesel mais caro do mundo, já que 121 países praticam preço mais alto do que a Petrobras, monopolista em refino no Brasil. “No início de janeiro, o preço do diesel na bomba era 27,4% inferior à média mundial”, informou.
O preço que a petrolífera pratica nas refinarias corresponde a 48% do valor total nos postos de combustível, uma vez que são acrescidos a parte de distribuição e revenda (15%), o custo do biodiesel (14%) e o impostos (23%).
A estatal informa que, em 2020, houve queda de 14% no preço do diesel, com o combustível começando o ano em R$ 2,33 o litro nas refinarias e fechando em R$ 2,02/litro.
Segundo a Petrobras, é necessário seguir as cotações internacionais do diesel e dos demais combustíveis por causa da limitação das refinarias no Brasil, que não atendem todo o mercado, sendo necessário importar o produto.
“Estas importações representam importante competição no mercado brasileiro de combustíveis e ajudam a regular o preço oferecido aos consumidores”, afirma a Petrobras, em dissonância com os importadores de combustível, que acusam a estatal de não repassar todo aumento do mercado internacional para segurar a inflação, o que é negado pela companhia.
A Petrobras também descarta praticar um preço nacional, como sugere um dos grupos de caminhoneiros insatisfeito com a política da estatal, justificando que a empresa teve problemas financeiros ao realizar essa prática há alguns anos.
“Se reduzíssemos o preço do diesel nas refinarias independentemente das cotações internacionais, estaríamos repetindo erros do passado, que geraram a maior dívida entre empresas no mundo e quase quebraram a Petrobras”, diz a empresa, ao simular resposta sobre o motivo de não reduzir o preço nas refinarias. “Nossa contribuição é gerar valor, investir para produzir mais petróleo, gás natural e combustíveis a custos baixos, sem desviar do foco em segurança e meio ambiente”, conclui a estatal.