O afrouxamento gradual da quarentena adotada para conter o avanço do novo coronavírus fez subir o preço dos combustíveis no ABC. Tanto o etanol como a gasolina interromperam a trajetória descendente registrada nos postos desde o início da pandemia e avançaram em junho.
Na semana passada, o renovável era vendido, em média, por R$ 2,559 o litro nos estabelecimentos da região, segundo pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com dados compilados peloDiário Regional.
O valor é 8,1% superior ao apurado na primeira semana de junho (R$ 2,368). Porém, ainda está 16,6% abaixo do patamar da terceira semana de março (R$ 3,068), quando começaram as medidas de isolamento.
A gasolina, por sua vez, foi vendida, em média, por R$ 3,846 o litro na região na semana passada, preço 4,7% superior ao apurado no início de junho, mas ainda 11,0% abaixo do observado no começo da pandemia (R$ 4,320).
No caso da gasolina, a alta constatada em junho refletiu também o repasse, para o consumidor final, dos aumentos promovidos pela Petrobras nas refinarias. Desde 7 de maio, a estatal fez sete reajustes no preço do produto, como resultado da recuperação das cotações do petróleo no mercado internacional – o último foi anunciado no dia 8.
O avanço nos preços dos combustíveis em junho já havia sido captado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que apurou variação positiva de 3,24% na gasolina e de 5,74% no etanol; e em levantamento nacional realizado pela Ticket Log, que apontou altas de 3,63% e 3,59%, respectivamente.
“O aumento no preço dos combustíveis é reflexo gradativo, nas bombas, das altas ocorridas nas refinarias em maio. A partir do último mês também começamos a perceber maior flexibilização da quarentena em muitas cidades brasileiras. Com isso temos mais veículos em circulação, o que torna mais perceptível esse aumento para os motoristas”, afirmou Douglas Pina, diretor de Mercado Urbano da Edenred Brasil.
COMPETITIVIDADE
Ainda segundo a ANP, o etanol segue mais vantajoso para os proprietários de veículos flex pela 14ª semana conscutiva. O renovável custa o equivalente a 66,5% do valor da gasolina.
A ANP considera que, por ter menor poder calorífico, o etanol só é vantajoso quando custa abaixo de 70% do valor da gasolina. Entre 70% e 70,4% o uso é indiferente. O derivado do petróleo é competitivo quando a relação é igual ou superior a 70,5%.