Há várias maneiras de se ignorar um ser humano. Infelizmente exercitamos todas elas e sempre inventamos uma nova. Deixamos de reconhecer um ser quando pensamos que sua dor não nos diz repeito.
É só ao ignorar a existência deste ser e a não vê-lo como igual que a vida se torna mais aceitável. Corriqueira, sem originalidade e, principalmente pertencente a outra pessoa. Muitos crescem no anonimato, sem serem vistos ou só são enxergados por seu estereótipo ou pelas suas cicatrizes da alma.
Mas há quem diga que as nossas marcas contam histórias, mas nem todo estigma possui algo que deva ser contato ou ao menos lembrado. E assim morremos lentamente ao passar do tempo, a mercê e na espera de que alguém se solidarize com a nossa dor, porque nem sempre buscamos a solução para os nossos problemas (mentira, buscamos sim, entretanto a vida nos ensina a não esperar muito do outro, ou o pior, a não esperar nada), às vezes uma mão estendida num dia chuvoso pode trazer um lindo arco-íris para as nossas vidas, nos meus enchendo de vida e esperança.
E assim seguimos na expectativa de dias melhores, de sermos notados e que uma mão seja estendida no momento de uma queda. Porque talvez ainda haja uma luz no final do túnel.
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