Hoje sinto o coração contente.
Caminho pelas ruas e vejo semblantes alegres.
Hoje ligo-me mais à natureza.
O sol brilha mais forte, esparge luz além dos corpos, penetra nossos espíritos, sintam sua energia!
Hoje percebo o sorriso das crianças e nele me detenho.
O ancião na esquina me é mais familiar.
Suas rugas não refletem tristeza: ele está feliz.
Como as praças e ruas engalanadas, a natureza também se veste de alegria.
Hoje sinto o coração contente.
Não falterei de guerras, não lutarei, não direi blasfêmias, esquecerei as iniquidades.
Olhem minhas mãos estendidas.
Hoje elas são para afagar.
Peguem-nas! São porto seguro para seu cansaço.
Hoje me permito sonhar.
Super-herói, de tudo sou capaz.
Voar na amplidão, onipotente, rever o passado, prever o futuro, e, num passe de mágica, instituir a paz.
Hoje sinto o coração contente.
Quero abraçá-lo, meu irmão, simplesmente abraçá-lo.
Sem rir, sem chorar, sem nada falar, sem dizer do bem, sem falar do mal, simplesmente abracá-lo, em silêncio, porque hoje é Natal.
* José Roberto Espíndola Xavier, médico