A segunda pista da rodovia dos Imigrantes (descendente) completa 20 anos neste sábado, 17 de dezembro.
Passadas duas décadas, a “rodovia caçula” do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) segue, até hoje, sendo considerada uma referência e um dos mais complexos projetos de engenharia rodoviária da América do Sul.
Com 21 quilômetros de extensão e vencendo um desnível de 730 metros na Serra do Mar, a pista conta com inúmeros diferenciais.
Entre eles, os longos túneis. São três ao todo, totalizando 8.230 metros, sendo o primeiro o mais longo, com 3.146 metros, na época o maior túnel rodoviário do País.
Durante a construção dos túneis foram usados quatro jumbos, potentes equipamentos trazidos da Suécia, para a perfuração do maciço.
Para garantir a segurança, não só durante os trabalhos, mas depois deles, cada vez que as escavações avançavam, era colocada estrutura metálica nas paredes e teto, e depois o concreto era aplicado por robôs para estabilizar. Raios laser também foram usados para a leitura de coordenadas específicas, garantindo assim o máximo de precisão no processo de perfuração.
A via, também conhecida como “Nova Imigrantes” ainda possui nove viadutos, sustentados por um número bem menor de pilares que seu projeto original.
Graças à tecnologia de ponta, foi possível aumentar a distância entre eles de 45 para 90 metros, o que contribuiu muito para a redução do impacto ambiental. A construção da segunda pista da Imigrantes desmatou quarenta vezes menos que a primeira (ascendente), inaugurada em 1976.
Para chegar a esta marca, muito foi feito. Homens, equipamentos e materiais iam por guindaste até as obras, para que nada ao redor fosse afetado.
Além disso, também para evitar desmatamento, foram usados como canteiro de obras e área de serviço, os mesmos espaços já utilizados no tempo da construção da primeira pista.
Na construção dos viadutos do trecho de serra, foi usada a técnica do “balanço sucessivo”, que permite que o viaduto avance a partir dos próprios pilares, assim parte das formas do tabuleiro eram colocadas à frente e concretadas, e iam progredindo sucessivamente para ambos os lados.
Quatro estações de tratamento de água foram construídas, e toda a água contaminada durante a escavação dos túneis foi devolvida limpa.
Após tanto cuidado com o Parque Estadual da Serra do Mar e reserva da Mata Atlântica, áreas em que a pista foi construída, a Ecovias conquistou a ISO 14001, referente a preservação do meio ambiente, se tornando assim a primeira concessionária de rodovias do mundo a ter esta certificação.
A obra foi considerada ainda modelo de gestão ambiental por técnicos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A tecnologia sempre foi aliada da Ecovias, desde o momento de construção da pista de descida da Imigrantes até os dias de hoje.
Já inaugurada, a via trouxe inovações que atualmente são usadas nas principais rodovias do país.
Os túneis possuem jatos ventiladores, sensores de gás carbônico, detectores de calor e medição do vento. Isso sem falar nas câmeras inteligentes com detecção automática de incidentes, e estações meteorológicas (com pluviômetros e visibilímetros) espalhados pela via.
O resultado deste investimento foi o conforto do usuário, redução do tempo de viagem e o aumento da capacidade de tráfego no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) de 8 mil veículos/hora para 14 mil veículos/hora.
A segunda pista da Imigrantes também trouxe novas opções de operações no Sistema Anchieta-Imigrantes, cujo objetivo é oferecer mais pistas no fluxo onde tem maior demanda de veículos.
Ao todo, desde a sua construção, mais de 205 milhões de veículos de passeio já passaram por esta “jovem” rodovia, seja para levar motoristas para curtir uma praia ou para trabalhar.
“Nosso desejo é que possamos fazer ainda mais nos próximos anos, continuamos a investir em novas tecnologias para entregar sempre a melhor experiência para o usuário”, afirma Ronald Marangon, diretor Superintendente da Ecovias.